Mini-ITX

     Há vários tamanhos de placas-mãe para computador e razões para seu uso.

    Nesse texto, consideraremos apenas as que usam componentes para desktop, excluindo os minimalistas modelos para uso em escritório, como o Lenovo ThinkCentre e os Intel NUC, que usam componentes para notebook.

    O padrão ATX - Advanced Technology eXtended já foi o mais usado e considerado como normal, num computador de uso pessoal.

    Além das medidas, é padronizado pelo espaço para seis soquetes de expansão PCI Express (a maioria já exclui o primeiro adjacente ao dedicado a placa de vídeo, já que essas passaram a ocupar mais de um espaço e temos vários modelos que usam três).

    O conector pro SSD também tomou o espaço de um soquete PCI em alguns fabricantes.

    O micro-ATX é um formato mais quadrado, reduzindo as capacidades de expansão e normalmente com espaço para quatro soquetes PCI Express.

    Finalmente, o mini-ITX - Information Technology eXtended, surgiu com a busca do PC compacto, o SFF - Small Form Factor, reduzindo o quadrado para permitir apenas um slot de expansão e a montagem em gabinetes menores.

    Uma opção de gabinete menos cara, é o Sharkoon QB-ONE, que traz como atrativo a possibilidade de usar uma fonte de alimentação ATX padrão, já que as SFX são mais caras e difíceis de encontrar na terra tupiniquim.

    A prática mostrou um problema grave e várias tentativas foram incapazes de solucionar, a temperatura aumentava demasiado e inviabilizou o uso da placa gráfica dedicada.

    O tempo passou, surgiram opções e resolvemos tentar novamente.

    O gabinete Cooler Master NR200 tem todas as laterais perfuradas para permitir o fluxo de ar e vários testes mostraram que a temperatura fica bem controlada.

    A montagem é facilitada porque todas as tampas podem ser removidas, sem uso de ferramentas, pois usam conectores de pressão para a fixação.

    Infelizmente, é obrigatório usar uma fonte SFX, já que não deixaram a opção para uma ATX, apesar do espaço parecer suficiente a primeira vista.

    A gaiola da fonte, tem as furações para acomodar dois SSD de 2,5" ou um HDD de 3,5", usando os parafusos e sistema de fixação com aros de borracha.

    A flexibilidade de acoplá-la em dois locais distintos, na parede lateral ou dianteira.

    Pesquisando, descobri que há muitos mods para esse gabinete e é fácil encontrar o arquivo para imprimir em 3D o suporte para abrigar uma fonte ATX.

    Nesse caso, a fonte fica presa na frente do gabinete e reduz o espaço para a placa de vídeo.

    O gabinete tem furação e suporte externo para a montagem da placa de vídeo na posição vertical, o modelo NR200P acompanha o extensor PCI Express para a conexão dos dados, além de uma lateral extra em vidro temperado e substitui o ventilador de 92 mm por outro de 120 mm.

    A diferença de valor pesou e apesar da curiosidade em montar a placa de vídeo de forma alternativa, não foi o suficiente para o dispêndio extra.

    Há uma outra variação, denominada Max, que vem ainda mais completa: watercooler, fonte SFX de 850W e um valor absurdo no Brasil.

    Outro detalhe interessante foi o mecanismo para fixação dos ventiladores superiores, usando um parafuso no mesmo esquema de presilha das tampas externas, basta encaixar na posição correta e pressionar para prender.

    A flexibilidade é uma característica marcante desse gabinete, podemos ver na foto abaixo, que além de poder montar a gaiola da fonte, podemos instalar dois SSD de 2,5" ou um HDD de 3,5" ou ainda, uma bomba para watercooler.

    O espaço pra placa de vídeo é suficiente para as maiores atuais, com profundidade de 33 cm e largura de três soquetes PCI.

    Para essa profundidade, é necessário desmontar boa parte do gabinete, mas acredito que a RTX 3060 TI Gaming OC da Gigabyte entrará sem muito esforço, já que a profundidade é de 282 mm.

    Depois de muitos leds no computador branco, parti para uma montagem mais discreta, provisoriamente com a RX 550 que não precisa de alimentação extra, já que a fonte PCyes não tem conector pra isso.

    O teste com o Cinebench levou o processador a 84ª C, o que é consideravelmente alto, mas é o patamar que essa combinação vem trazendo, o chipset Z490 combinado com o I5 11400.

    A temperatura da placa de vídeo num benchmark com o Final Fantasy XV levou a RX 550 a 72ºc, mas esse foi mais pra constar.

    Depois de alguns dias de espera, chegou a fonte Corsair SF750 e terminei a montagem, substituindo a fonte e a placa de vídeo.

    As temperaturas ficaram boas e o gabinete oferece muitas opções para a instalação dos componentes.

    Gostei demais do resultado, um computador pequeno, bonito e discreto para usar na TV da sala, mas que ficou tão bom que resolvi manter como minha máquina principal.

    

    Atualização em Outubro de 2022.

    Entrando na moda das promoções relâmpago em lives no Youtube, adquiri o processador top de linha da sua geração, o Core I9 10900K para parear com a Biostar Z490T-Silver que equipa meu mini-computador.

    Ciente de que o Cooler Master H411R seria insuficiente para esfriar adequadamente esse cabeça quente de 20 núcleos (10 Cores e 20 Threads), esperava que fosse suficiente para o uso mais leve que faço normalmente nessa máquina principal, cuja principal tarefa é edição dos vídeos no DaVinci Resolve.

    Por enquanto, auxiliado pelo clima frio, está atendendo razoavelmente, com picos de 83º C.

    Resolvi usar um SSD SATA 2,5" como armazenamento auxiliar, mas como outra live trouxe o modelo da TeamGroup de 2 TB, acabei deixando-o como único na máquina, já que usava um M.2 SATA também.

    Usei alguns jogos para testar e estranhei que o uso do processador parece quase sempre em single task, com a carga de apenas um núcleo e os demais zerados.

    Mesmo assim, aumentou consideravelmente a performance.