Videogames, PC gamers e a nuvem

     Numa situação inédita na história, tivemos um período de escassez e preços impraticáveis no mercado de placas de vídeo, o que inviabilizou o sonho de muita gente que queria ter um PC gamer.

    Isso fez com que os videogames da nova geração ganhassem os holofotes e mesmo com os preços altos, também era difícil adquirir um.

    Exceto o Xbox Series S, que além de mais barato, tem todos os recursos do irmão mais poderoso, mesmo com várias limitações de performance e capacidade.

    A Microsoft fez um serviço muito bem feito e a APU baseada na tecnologia AMD e o armazenamento em SSD foram importantíssimos para isso, o salto de performance comparado a geração anterior é sentido mesmo nesse modelo com capacidade gráfica reduzida.

    Outro trunfo da gigante foi a criação do Xbox Game Pass, o serviço que libera um acervo de jogos por uma mensalidade ou anuidade acessíveis é um sucesso, inclusive com títulos lançados diretamente na biblioteca e a compatibilidade com todas as versões anteriores do console.

    Desde a primeira vista no serviço, já apostava que a grande visão de negócios da empresa era disponibilizar o conteúdo e não o equipamento.

    Isso torna-se cada vez mais palpável, o Xcloud permite usar o smartphone, o computador e o modelo anterior do Xbox para jogar os melhores títulos da nova geração.

    Agora a Samsung disponibilizou na sua linha de Smart TV o aplicativo que acessa o mesmo acervo, basta parear seu controle compatível com bluetooth para ter o melhor da nuvem.

    Lógico que o serviço ainda vai melhorar, a banda larga está cada vez mais rápida e a latência menor, o 5G deve trazer uma grande evolução nos serviços em nuvem.

    A Sony alterou sua Playstation Plus e disponibilizou um bom catálogo de jogos nos mesmos moldes da concorrente, porém excluindo lançamentos e incluindo a possibilidade de testar alguns títulos por um período de 5 horas.

    A biblioteca das versões anteriores é bastante restrita e devido a arquitetura totalmente diferente do PS3, seus jogos só estão disponíveis na nuvem, serviço indisponível no Brasil.

    Em minha única visita aos EUA, testei rapidamente o serviço (PS Now) usando um PS Vita, o console portátil da marca na época.

    Conectei a uma TV e ao dualshock e a experiência foi boa, a Internet no condomínio onde meus amigos moravam era de 100 Mbps.

    A Nvidia disponibilizou um serviço de jogos em nuvem também, mas exige que você tenha adquirido o jogo na sua conta da Steam.

    Os títulos disponível na PS Plus Extra/Deluxe são bons, vários que eu queria jogar, mas estou determinado a não adquirir mais jogos desde o lançamento do Game Pass.

    Apesar dos videogames mais poderosos conseguirem os 4K a 60 fps e alguns títulos mais leves a 120 fps, ainda há um uso bem grande de técnicas para manter a estabilidade dos quadros, a maioria usando o upscaling, renderizando os jogos em uma resolução menor e escalando para os 4K.

    O DLSS da Nvidia é muito bom nisso, usando técnicas com inteligência artificial e auxiliada por instruções na GPU, mas a AMD está brigando para seu FSR melhorar e os videogames começarão a disponibilizar jogos com a versão 2.0.

    Gostei demais do Series S e ainda recomendo a todos que desejem uma máquina de jogos.

    A possibilidade de usar um disco externo com conexão USB em ambos os consoles evita a necessidade de baixar os enormes títulos atuais, mesmo que tenhamos que via de regra, baixar uma atualização bem grande antes de iniciar uma partida.

    Alguns comentam que não há necessidade de manter os arquivos guardados, pois só jogam um título de cada vez, mas com uma biblioteca tão grande disponível, é difícil não querer testar algum outro.

    Instalei um SSD no PS5, mas após analisar o custo da solução, resolvi deixar esse SSD num PC onde seria melhor usado e usar o disco USB para armazenar os jogos como já fazia no Xbox.

    E no meio do ano de 2022, a queda da criptomoeda e consequentemente da mineração, desabaram os preços das placas de vídeo.

    Por enquanto, não é uma regra, há várias com preços equiparáveis ou até menores aos anteriores a crise mundial, mas são ofertas e em lojas com maior rotatividade do estoque, esgotam rapidamente.

    Mesmo as placas de entrada da geração atual, permitem jogar bem em Full HD.

    Já para os famigerados 4K, tem que ir quase pro topo da linha, gastando mais que o preço de um PS5 ou Xbox Series X apenas nesse componente.

    Mas, os 4K do PC são efetivamente melhores que o dos consoles, dispensando as técnicas de upscaling se tiver poder de processamento suficiente.

    Mas para uma placa média, está lá o DLSS e FSR 2.0 como opção, desde que seu jogo favorito tenha suporte, obviamente.

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