Preciso de uma TV com HDMI 2.1 pra usar os novos videogames?

Essa é uma pergunta que nunca me ocorreu, pois fiz o caminho inverso.

Comprei a TV OLED LG B9 há alguns meses e os novos videogames só chegaram no final do ano.

Mas vamos entender o que muda com o HDMI 2.1.

A banda suportada aumentou de 18 Gbps (HDMI 2.0) para 48 Gbps suportando a transferência do fluxo de dados necessário para as imagens em 4K a 120Hz ou 8K a 60 Hz.

O HDMI tem outros recursos, alguns foram aperfeiçoados e outros incluídos no novo padrão.

eARC seria uma evolução do ARC - Audio Return Channel, basicamente é um recurso que permite a transmissão de áudio pelo cabo HDMI no sentido inverso ao da transmissão de vídeo, por exemplo:

- TV sendo usada como monitor para um receiver multicanal

- TV com soundbar

O eARC aumenta a banda disponível e permite o uso de formatos lossless de áudio multicanal, como o Dolby True HD, Dolby Atmos e DTS-X.

O Dolby Digital permitia 5.1 canais com 16 bits/48 KHz, com taxa de 640 Kbps para o formato Bluray, já o Dolby True HD elevou para 7.1 canais com taxa de 18 Mbps. Além disso, a taxa de amostragem subiu para 24 bits/192 KHz em até 6 canais, ou 24/96 para os 8 canais.

Os novos formatos de áudio (Dolby Atmos e DTS-X) aperfeiçoaram o som envolvente ou surround adicionando canais superiores, que dão a sensação de movimentação do áudio também no sentido vertical, já que anteriormente, todas as caixas eram posicionadas em volta do ouvinte.

O HDMI 2.0 é compatível com Dolby Atmos por exemplo, mas usando o Dolby Digital como base e não o Dolby True HD.

Lembrando que todos os equipamentos tem que ser compatíveis, ou seja, a TV tem que ter uma conexão eARC, assim como o receiver multicanal ou a soundbar, além do cabo HDMI 2.1.

VRR - Variable Refresh Rate, recurso semelhante ao G-Sync da Nvidia e FreeSync da AMD, permite sincronizar a taxa de atualização da tela com a da placa de vídeo. Normalmente o equipamento não consegue gerar uma taxa fixa de quadros por segundo, o que leva a TV ou monitor a sobrepor as imagens, gerando o defeito conhecido como Tear Screen.

ALLM - Auto Low Latency Mode, permite configurar automaticamente a tela para o modo de baixa latência, conhecido como modo Jogo na maioria das TV.

QFT - Quick Frame Transport, outra tecnologia para reduzir a latência, mas é mais utilizada para jogos em VR.

QMS - Quick Media Switching, essa é mais comum para vídeos, quando alterna entre vídeos com taxas de quadros diferentes, pode aparecer uma tela branca ou preta, enquanto a TV se ajusta a nova taxa.

Os vídeos são gravados em diferentes taxas de quadros, por exemplo, no cinema normalmente são gravados em 24 qps e em vídeo 60 qps.

Dynamic HDR

É uma evolução do HDR, que permite o tratamento quadro a quadro da imagem para aperfeiçoar a qualidade de forma dinâmica, ao contrário do HDR padrão que usa parâmetros fixos pra todas as imagens.

O recurso é suportado pelo Dolby Vision e HDR10+.

Vários desses recursos foram implementados por alteração de firmware, exceto onde a banda é impeditiva: audio lossless e 120 Hz a 4K, por exemplo.

As taxas de atualização variáveis são praticamente inúteis em videogames, pois os desenvolvedores buscam taxas fixas, assim na geração anterior, os jogos 4K geralmente tinham 30 qps e na nova, mantém os 60 qps.

Ao contrário dos jogos para PC, onde há mais liberdade nas configurações de qualidade pelo usuário devido a diversidade de componentes usados, os jogos de videogame são produzidos para um equipamento específico e permitem uma sintonia fina para chegar ao resultado desejado, mesmo que isso signifique reduzir a resolução (resolução dinâmica) da imagem como um todo ou parcial, como vem sendo comum nos jogos com a nova tecnologia Ray Tracing, outros recursos incluem reduzir a qualidade das texturas ou outros componentes da imagem que possam aliviar o processamento e aumentar a taxa de quadros.

A propagandeada taxa de 120 qps só é atingida baixando a resolução, o que a maioria dos jogadores não aprecia, preferindo uma qualidade maior. Por enquanto, poucos jogos oferecem essa taxa de quadros.

O modo jogo na maioria das TV pode ser configurado para a entrada HDMI específica.

Finalmente, o eARC é útil para quem tem um sistema multicanal com 9 ou 11 caixas de som mais subwoofer.

Mesmo nesse caso, normalmente, quem tem um receiver multicanal com eARC, vai ligar o videogame no receiver e não na TV.

Pesquisei a TV OLED está praticamente o dobro do preço, tem opções menos caras, como a Nanocell da LG (alguns modelos, tem que conferir antes) e as QLED da Samsung (apenas nos modelos mais caros também).

Testei os videogames numa TV 4K LED HDR mais antiga, a Samsung KS7000 de 2016 e funcionou normalmente, pelo menos nesse começo de geração podemos aguardar um pouco para ver se melhoram os preços e a disponibilidade para venda das TV com HDMI 2.1.

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