Virtualização

 Em meados da década de 90, descobri um programa que simulava um MSX, microcomputador de 8 bits que usei na adolescência e instalei no PC. O emulador funcionava muito bem e trouxe boas lembranças, além de despertar o interesse na tecnologia.

Encontrei emuladores de videogames, máquinas arcade de fliperama e outros microcomputadores, que me fizeram trocar de PC, pois precisavam de mais poder de processamento para executar.

Então surgiu o VMware Workstation, fechando o milênio e timidamente iniciando uma revolução que mudaria todos os Datacenter. Provavelmente não tenha sido o primeiro virtualizador, mas obteve sucesso, principalmente porque era gratuito, não era complicado para instalar e funcionava. No começo era bem lento, mas, com a evolução, melhorou bastante. O programa permite criar uma máquina virtual com todas as características de uma máquina física, simulando uma BIOS e todos os demais componentes, inclusive processador, memória e discos.

Encontrei diversos usos para a tecnologia, desde estudar outros sistemas operacionais, como o Linux, até criar um ambiente separado para acessar a Internet ou para instalar programas de desenvolvimento de sistemas ou criar um ambiente de homologação para testes. O VMware tinha uma versão para Linux, que usei em alguns outros testes e parecia ser melhor para o processo.

Quando a Caixa adotou o software livre, uma das soluções de contorno para a estação de trabalho livre era usar o VMware para permitir o acesso a aplicações que não eram compatíveis com o sistema operacional.

Existem outros virtualizadores e a tecnologia evoluiu, ganhando a denominação Hipervisor ou Virtual Machine Monitor. Além do VMware, já usei o Virtual Box, XEN e Hyper-V.

Anos depois, trabalhando na Caixa em Bauru, veio a primeira centralização de servidores nas Filiais de Tecnologia usando o VMware ESX, que é um sistema operacional baseado no Red Hat Linux. Os servidores do SIAPV foram todos reunidos em máquinas com VMware, que suportavam várias agências, com mais de uma dezena de máquinas virtuais em cada equipamento físico.

Isso facilitou o processo de backup da aplicação, que antes era realizado por fita na agência e depois passou a ser realizado pelo sistema TSM da Tivoli, que buscava os arquivos nos servidores e gravava em um robô de fitas.

Ficamos anos sem renovação do contrato com a Microsoft, assim presos à versão Windows Server 2003. Entretanto, foram adquiridos novos servidores para hospedar o SIGAT nas agências e as novas configurações não tinham compatibilidade com o Windows tão antigo. A solução foi usar o VMware ESXi para virtualizar o Windows 2003.

A versão gratuita tinha algumas restrições, como limitação da memória física, uso de processadores e principalmente, a impossibilidade de usar o vCenter para gerenciamento centralizado. Mesmo assim, tem um bom funcionamento e é usado até hoje nas unidades da Caixa. Em uma época, usamos o Virtual Box em estações de trabalho, por questões de compatibilidade de aplicativos e softwares de mercado.

O VMware ESX é usado nos dois Datacenter de Brasília, otimizando os recursos dos servidores físicos para prover máquinas virtuais que atendem a todas as unidades. Também é usado em conjunto com o Citrix para a solução de VDI, que disponibiliza o acesso externo para empregados com o certificado digital e funções gerenciais.

Há alguns anos, a Caixa voltou a contratar a Microsoft e pudemos atualizar as versões de vários softwares, o Windows XP começou a ser atualizado para o Windows 7, processo que foi interrompido para atualizar para o Windows 8 e atualmente estamos com o Windows 10. O Hipervisor foi instalado em piloto para virtualizar os servidores do correio eletrônico, Exchange, mas devido a vários problemas encontrados, acabou estigmatizado e sem uso pela área de TI. O MS Office 2003 teve algumas atualizações de versões, mas houve uma mudança de cultura e adotamos o Office 365.

A tecnologia de virtualização avançou bastante desde que a descobri. Quais serão os próximos passos?

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