Playstation

 

Reminiscências

Quando tinha uns dez anos, fiquei abismado com uma caixinha que mostrava um quadrado simulando uma bola que pingava na tela em preto e branco da TV de tubo. O controle era um botão giratório, que subia ou descia uma barra que servia de barreira para a bola não sair da tela pela lateral. O Telejogo era um item de luxo no final da década de 70 e foi o primeiro videogame que conheci.

Minha descendência tornou comum a ida de parentes para o Japão, alguns para trabalhar e outros para lá viver. Um primo trouxe o Super Famicom (conhecido no Ocidente como Super NES) e acabei ficando com o aparelho.

Além da diversão do Mario, gostava da qualidade de jogos como Street Fighter II. (Qual não foi minha decepção ao tentar jogar novamente no PS3, muitos anos depois, uma versão remasterizada na tela LCD da TV Full HD…) Tinha também o concorrente direto, um Mega Drive,  da Sega, com o porco-espinho Sonic fazendo sucesso. Usei bem pouco esses aparelhos, pois já tinha os filhos pequenos, faculdade e bastante trabalho na Caixa – desenvolvia dois sistemas nacionais para a plataforma Unix (Compensação Nossa Remessa e Leilão de Jóias).

Minha mãe foi trabalhar no Japão e, quando voltou, trouxe o PS ONE para meu filho. Esse é o videogame que ele mais lembra e usou, chegando a “furar” alguns discos, como Crash Team Racing. Muitos anos depois, já morando em Bauru, comprei um PS2 da primeira geração (usado). O PS3 já existia, mas, como fiquei anos sem usar um videogame, quis gastar menos e ver se teria uso.

Logo comprei o PS3 e, como o PS2 ficou encostado, acabei doando-o para uma entidade assistencial da cidade por intermédio de um amigo que trabalha comigo. O aparelho é muito bonito: acho que foi o PlayStation de apresentação mais interessante até hoje. Pedi a esse amigo para tirar umas fotos do aparelho que foi meu e, como se pode ver na imagem que abre esse post, é uma obra prima da indústria!

Atualmente, juntei o PS4 PRO, Xbox ONE X e PC pra conviverem em harmonia.

O PlayStation, no entanto, tem um lugar especial em meu coração. Assim, segue um breve histórico desse que é um dos consoles de maior sucesso na história dos videogames.

PlayStation

A Sony lançou o primeiro modelo no dia 3 de dezembro de 1994 para o mercado japonês. O equipamento tinha processadores dedicados para vídeo (GPU) e som (SPU) e usava discos para os jogos – o Compact Disk (CD), na época o mais moderno, com 700 MB de capacidade. A resolução da saída analógica de vídeo era de 256 x 224 pontos. Popularizou o uso dos memory cards (cartões de memória) para salvar o andamento dos jogos. O videogame logo se tornou campeão em vendas com mais de 300.000 unidades no Japão e, no ano seguinte, foi lançado nos Estados Unidos com 100.000 pré-vendidas.

O controle original foi modificado em 1997: foram adicionadas as duas alavancas analógicas e foi batizado como DualShock. O formato é praticamente o mesmo até hoje. Em 2000 houve uma remodelação do PlayStation, que foi lançada como o já citado PS ONE, em formato reduzido e mais arredondado.

O Playstation original vendeu quase 105 milhões de unidades.

Playstation 2

A segunda geração, lançada no ano 2000, trouxe os discos DVD, com capacidade de 4,7 GB. A conexão original de vídeo composto mantinha o padrão analógico, mas havia um cabo opcional que permitia o uso do vídeo componente, que atingia a resolução de 640 x 480 em modo não entrelaçado, melhorando a qualidade da imagem. Permitia a instalação opcional de um disco rígido com interface IDE, mas foi pouco adotado.

Em setembro de 2004 foi lançado o modelo Slim. Isso se tornou padrão da marca e todos os modelos ganharam uma versão menor após algum tempo do lançamento.

O PS2 foi o mais vendido entre todos os consoles, com 155 milhões de unidades.

Playstation 3

O PS3 foi lançado no final de 2006, com disco rígido interno de 20 GB ou 60 GB e jogos distribuídos em Blu-ray Disk (BD), com capacidade de 25 GB ou 50 GB. Usava um processador RISC denominado Cell, auxiliado pela GPU RSX da Nvidia, já com saída HDMI e resolução FULL HD (1920 x 1080). Desde o inicio dispunha de conexão Ethernet Gigabit e, quando do lançamento das versões de 40 GB e 80 GB, ganhou interface wireless. Sofreu, no começo, com a falta de títulos disponíveis, mas após um tempo normalizou e logo se tornou um grande sucesso.

O controle deixou de usar cabo e funcionava sem fios, com bateria interna e conexão bluetooth. Sua primeira versão não tinha vibração e foi batizada como SIXAXIS. Em 2008 foi substituído pelo Dualshock 3, que voltou ao padrão.

Apesar do Playstation 2 já permitir a conexão à internet com modem externo, ficava restrito a rede de jogos específicos. Foi a partir do PS3 que a PlayStation Network (PSN) surgiu e firmou-se como plataforma para jogos entre os usuários online. A PSN Plus foi lançada em 2010 e adicionava a distribuição gratuita de alguns jogos, que poderiam ser usados desde que a assinatura estivesse ativa.

Em setembro de 2008 surgia o PS3 Slim. E no final de 2012 apareceu o modelo superslim. Houve inclusive um modelo sem disco interno.

Dentre todas as versões, o PlayStation que vendeu menos foi o PS3, com quase 88 milhões de unidades.

Playstation 4

Em novembro de 2013 surgiu a geração atual do videogame mais vendido no mundo. No Brasil foi alcunhado como PS4K, pois seu preço de lançamento foi fixado em R$ 4.000,00!

Passou a usar a arquitetura X86 com APU (Accelerated Processing Unit, no caso uma CPU com GPU integrada) fornecida pela AMD. É equipado com 8 GB de memória GDDR5, disco rígido de 500 GB ou 1 TB e mantém o BD como mídia de jogos. A assinatura paga da PSN PLUS passou a ser obrigatória para jogar online.

Em setembro de 2016 surgiram o modelo slim e o Pro, dotado de uma APU mais poderosa e capaz de renderizar os jogos em resolução Ultra HD ou 4K (3840 x 2160). Com atualizações de software, todo PS4 tornou-se compatível com HDR, tecnologia que melhora a qualidade dos vídeos e precisa de uma TV ou monitor compatível.

O Playstation segue campeão de vendas. O PS4 já passa da marca dos 100 milhões de unidades comercializadas. As vendas, no entanto, estão em declínio, talvez pela confirmação do lançamento, em breve, do PS5, que promete ser retrocompatível com os jogos atuais. A arquitetura de PC gera especulações, a resolução 8K não chega a ser um atrativo, mas a possibilidade de implementação do Ray Tracing deve melhorar bastante o visual dos jogos ou pelo menos, deixar os cenários e ambientes mais realistas. A promessa de um dispositivo de realidade virtual sem fios, que não estará disponível no lançamento do PS5, pode ser o que faltava para aumentar o alcance dessa tecnologia impactante.

Longa vida ao Playstation!

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